O Imperialismo – conquista política,
econômica e cultural da Ásia e da África – foi o resultado do desenvolvimento
do capitalismo industrial ocorrido na Europa durante o século XIX, uma
consequência direta do aumento da produção, do aumento da necessidade de
matéria-prima, do aumento da necessidade de novos mercados consumidores e de novos
locais para investir o excedente de capital. Esse excedente de capital havia
sido gerado pelo barateamento da produção industrial com a introdução da
eletricidade e da linha de montagem nas fábricas.
Os avanços técnicos
e inovações tecnológicas ocorridas na Europa no decorrer do século XIX são
chamados de Segunda Revolução Industrial. A invenção do dínamo (eletricidade),
motor a diesel, motor a gasolina (automóvel), telefone, locomotivas elétricas,
cinematógrafo (cinema), fotografia, fizeram do século XIX o século das
invenções. Além disso, ocorreu uma grande expansão das vias férreas.
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Henry Ford e a produção em série |
O continente
europeu ficou “pequeno” para tanta concentração de capital e para tantas
mercadorias. Era preciso “aumentar” a Europa, expandir o seu
capitalismo, encontrar novos consumidores. Assim, esse crescimento industrial e
técnico ocorrido durante o século XIX levou a transformações geográficas em
todo mundo.
Os empresários
europeus buscam ampliar seus mercados consumidores e aplicar seus capitais em
novos investimentos lucrativos. As grandes potências, especialmente Inglaterra e França, partiram para uma corrida colonial, formando diversas
colônias na África e na Ásia. Todo o
continente africano – e boa parte do asiático – foi dominado por potências
européias. Esse processo foi marcado por violência militar, exploração do
trabalho e processo de aculturação dos povos nativos. A Inglaterra e a França
pegaram bem mais territórios do que Alemanha e Itália, que tiveram um processo
mais lento de unificação e revolução industrial.
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As grandes potências europeias dividem a África conforme seus interesses econômicos e desrespeitam as diferenças culturais dos povos africanos |
Os países
industrializados da Europa buscaram penetrar, controlar e dominar as colônias,
realizando a exportação não só de produtos, mas de capitais, realizando
empréstimos para ganhar nos juros, ampliando o capitalismo financeiro e
formando muitas filiais de suas empresas na África e na Ásia.
A Segunda Revolução Industrial pode ser definida como o progresso técnico e científico a partir da utilização de novas fontes de energia e inovações nos meios de transporte e de comunicação,
teve como principais efeitos a integração da economia em escala mundial, a
aceleração do processo produtivo e a concentração do capital nas grandes
empresas, o surgimento do capitalismo monopolista
e financeiro, o aumento da produção industrial, o grande excedente de mercadorias (que tinham que ser vendidas) e capitais (que tinham que ser
investidos). A solução encontrada pelo capitalismo europeu foi a expansão
colonialista. Neste período surge a
prática do Truste (fusão de duas
empresas do mesmo setor para dominar o mercado de determinado produto), cartel (empresas do mesmo setor que
combinam preços para evitar a concorrência), monopólio (domínio de um setor da economia por uma única empresa) e
fusão de capitais (união do capital
bancário com o capital industrial).
Paris, 1888,
durante a construção da Torre Eiffel, um dos símbolos da Segunda Revolução
Industrial.
A conquista colonial da África e da Ásia era justificada como um direito
natural da Europa, que se considerava uma civilização superior, tanto em termos
culturais, como raciais, religiosos e científicos. Os europeus estariam levando
sua superioridade técnica e cultural para africanos e asiáticos, estavam
realizando uma missão civilizadora.
A ideologia da missão civilizadora alegava que os europeus estavam beneficiando
os africanos e os asiáticos, introduzindo os mesmos na revolução industrial,
levando modernidade aos povos atrasados. A missão civilizadora servia como uma
desculpa para a exploração dos recursos naturais e humanos da África e da Ásia.
O real objetivo era ampliar e fortalecer o capitalismo, usar África e Ásia como
uma “válvula de escape” para o excesso de mercadorias e de capitais
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