segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E IMPERIALISMO DO SÉCULO XIX



O Imperialismo – conquista política, econômica e cultural da Ásia e da África – foi o resultado do desenvolvimento do capitalismo industrial ocorrido na Europa durante o século XIX, uma consequência direta do aumento da produção, do aumento da necessidade de matéria-prima, do aumento da necessidade de novos mercados consumidores e de novos locais para investir o excedente de capital. Esse excedente de capital havia sido gerado pelo barateamento da produção industrial com a introdução da eletricidade e da linha de montagem nas fábricas. 

Os avanços técnicos e inovações tecnológicas ocorridas na Europa no decorrer do século XIX são chamados de Segunda Revolução Industrial. A invenção do dínamo (eletricidade), motor a diesel, motor a gasolina (automóvel), telefone, locomotivas elétricas, cinematógrafo (cinema), fotografia, fizeram do século XIX o século das invenções. Além disso, ocorreu uma grande expansão das vias férreas.
 
Henry Ford e a produção em série

O continente europeu ficou “pequeno” para tanta concentração de capital e para tantas mercadorias. Era preciso “aumentar” a Europa, expandir o seu capitalismo, encontrar novos consumidores. Assim, esse crescimento industrial e técnico ocorrido durante o século XIX levou a transformações geográficas em todo mundo.
 
Os empresários europeus buscam ampliar seus mercados consumidores e aplicar seus capitais em novos investimentos lucrativos. As grandes potências, especialmente Inglaterra e França, partiram para uma corrida colonial, formando diversas colônias na África e na Ásia. Todo o continente africano – e boa parte do asiático – foi dominado por potências européias. Esse processo foi marcado por violência militar, exploração do trabalho e processo de aculturação dos povos nativos. A Inglaterra e a França pegaram bem mais territórios do que Alemanha e Itália, que tiveram um processo mais lento de unificação e revolução industrial
 
As grandes potências europeias dividem a África conforme seus interesses econômicos e desrespeitam as diferenças culturais dos povos africanos

Os países industrializados da Europa buscaram penetrar, controlar e dominar as colônias, realizando a exportação não só de produtos, mas de capitais, realizando empréstimos para ganhar nos juros, ampliando o capitalismo financeiro e formando muitas filiais de suas empresas na África e na Ásia.
A Segunda Revolução Industrial pode ser definida como o progresso técnico e científico a partir da utilização de novas fontes de energia e inovações nos meios de transporte e de comunicação, teve como principais efeitos a integração da economia em escala mundial, a aceleração do processo produtivo e a concentração do capital nas grandes empresas, o surgimento do capitalismo monopolista e financeiro, o aumento da produção industrial, o grande excedente de mercadorias (que tinham que ser vendidas) e capitais (que tinham que ser investidos). A solução encontrada pelo capitalismo europeu foi a expansão colonialista. Neste período surge a prática do Truste (fusão de duas empresas do mesmo setor para dominar o mercado de determinado produto), cartel (empresas do mesmo setor que combinam preços para evitar a concorrência), monopólio (domínio de um setor da economia por uma única empresa) e fusão de capitais (união do capital bancário com o capital industrial).

Paris, 1888, durante a construção da Torre Eiffel, um dos símbolos da Segunda Revolução Industrial.
   

A conquista colonial da África e da Ásia era justificada como um direito natural da Europa, que se considerava uma civilização superior, tanto em termos culturais, como raciais, religiosos e científicos. Os europeus estariam levando sua superioridade técnica e cultural para africanos e asiáticos, estavam realizando uma missão civilizadora. A ideologia da missão civilizadora alegava que os europeus estavam beneficiando os africanos e os asiáticos, introduzindo os mesmos na revolução industrial, levando modernidade aos povos atrasados. A missão civilizadora servia como uma desculpa para a exploração dos recursos naturais e humanos da África e da Ásia. O real objetivo era ampliar e fortalecer o capitalismo, usar África e Ásia como uma “válvula de escape” para o excesso de mercadorias e de capitais

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